Saltar para o conteúdo

Berenice Abbott

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Berenice Abbott
Berenice Abbott
Berenice Abbott em Nova Iorque em 1979. Foto de Hank ONeal
Conhecido(a) por série documental sobre a cidade de Nova Iorque
Nascimento 17 de julho de 1898
Springfield, Ohio, Estados Unidos
Morte 9 de dezembro de 1991 (93 anos)
Monson, Maine, Estados Unidos
Nacionalidade norte-americana
Ocupação Fotógrafa

Berenice Abbott (Springfield, 17 de julho de 1898Monson, 9 de dezembro de 1991) foi uma fotógrafa norte-americana, célebre por suas fotos sobre figuras importantes entre as grandes guerras mundiais do começo do século XX, fotos da arquitetura da cidade de Nova Iorque e da urbanização da cidade nos anos 1930 e de fotos científica entre as décadas de 1940 e 1960.

Berenice nasceu em Springfield, Ohio, em 1898.[1] Seus pais eram Lillian Alice Bunn e Charles E. Abbott, mas o casal se divorciou. Tinha dois irmãos, Gerald e Harland.[2] Quando adolescente mudou-se para Nova Iorque onde se juntou a uma das trupes de teatro mais modernas da cidade; o Provincetown Players. Já adulta, ela cursou dois semestres na Universidade Estadual de Ohio[3], mas Berenice abandonou o curso em 1918 depois de seu professor foi dispensado das aulas de literatura inglesa, por ser alemão. Enquanto esteve na universidade, estudou teatro e escultura, tendo contato com vários artistas da época.[3]

Ela então foi para Paris, onde se tornou assistente de Man Ray, que queria pessoas que não tivessem nenhum conhecimento de fotografia.[3] Neste período aproveitou para estudar escultura em Paris e Berlim.[4] Por sugestão de Djuna Barnes, ela adotou a pronúncia francesa de seu nome, "Berenice".[5] Além de seu trabalho com artes plásticas, Berenice começou a publicar poesias em um periódico literário chamado Transition.[6]

Seu primeiro contato com fotografia foi em 1923, quando Man Ray a contratou para ser assistente em seu estúdio em Montparnasse. Impressionado com seu trabalho na sala escura, revelando negativos e permitiu que ela usasse seu próprio estúdio para experimentar suas próprias fotografias. Em 1921, seus primeiros e mais relevantes trabalhos foram expostos na galeria parisiense de Le Sacre du Printemps. Após um período estudante fotografia em Berlim, ela retornou para Paris em 1927, onde continuou seus trabalhos em outro estúdio, na rue Servandoni.[4][5]

Berenice fotografava pessoas de seu círculo artístico e literário, incluindo personalidades francesas, como Jean Cocteau, expatriados como James Joyce e outras pessoas que estavam apenas de passagem pela cidade.[7] Em 1925, ela conhece o trabalho fotográfico de Eugène Atget, pelo qual logo se interessou, a ponto de persegui-lo até que conseguia uma fotografia sua.[8][9] Eugène morreu logo depois e ela adquiriu fotos e negativos que ainda estava em seu estúdio em 1927. O governo adquiriu boa parte do acervo de Eugène Atget, cerca de 2261 negativos já tinham sido vendidos em 1920 e um amigo de Atget vendeu mais dois mil negativos logo após sua morte. Berenice comprou o restante em junho de 1928 e logo começou a trabalhar neles, lançando um livro em 1930, Atget, photographe de Paris[10], onde ela é descrita como editora. Sem dinheiro, ela foi obrigada a vender uma parte para a coleção de Julien Levy por mil dólares.[11] Berenice continuou trabalhando com o acervo de Atget até 1968, quando vendeu tudo para o Museu de Arte Moderna.[11]

Berenice Abbott, data desconhecida

Em 1929, Berenice visitou a cidade de Nova Iorque em busca de um editor que publicasse as fotos de Atget. Depois disso, ela já estava fotografando a cidade e sua arquitetura.[11] Em Paris, ela fechou seu estúdio e voltou a Nova Iorque em setembro do mesmo ano, enxergando o potencial da cidade para suas fotos. Suas primeiras fotografias de Nova Iorque foram feitas com uma câmera Kurt-Bentzin, mas ela logo adquiriu uma Century Universal que produzia fotos maiores e de maior resolução. Desta forma ele podia capturar com maior clareza e atenção os detalhes admiráveis na arquitetura e nas ruas da cidade, traço que ela admirava nas fotos de Eugène Atget. Suas fotos da cidade foram reunidas em uma exposição, chamada "Changing New York", em 1937.[5][11]

Em 1964, Berenice viajou da Flórida para o Maine, fotografando pequenas cidades e sua arquitetura única, gerando cerca de 2500 negativos. Pouco depois da viagem, Berenice fez uma cirurgia no pulmão e os médicos pediram que ela se mudasse de Nova Iorque para evitar a poluição no ar.[12] Ela então comprou uma casa em Blanchard, Condado de Piscataquis, no Maine por mil dólares. Em seguida, ela se mudou para Monson, também no Maine, onde morou até sua morte, em 9 de dezembro de 1991, aos 93 anos, devido à uma insuficiência cardíaca.[2][12]

Referências

  1. Who Was Who in America, with World Notables, v. 10: 1989–1993. New Providence, NJ: Marquis Who's Who. 1993. ISBN 0837902207 
  2. a b «Bernice A. Abbott». Legacy. Consultado em 4 de julho de 2019 
  3. a b c «Berenice Abbott». Biography. Consultado em 4 de julho de 2019 
  4. a b Marter, Joan M. (2011). The Grove Encyclopedia of American Art, Volume I. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0195335798 
  5. a b c Herring, Phillip (1995). Djuna: The Life and Work of Djuna Barnes. New York: Penguin Books. ISBN 0-14-017842-2 
  6. Benstock, Shari (1986). Women of the Left Bank: Paris, 1900–1940. Texas: University of Texas Press. ISBN 0-292-79040-6 
  7. «Image: 1293890.jpg, (1240 × 827 px)». Journal des Femmes. Consultado em 4 de julho de 2019 
  8. O'Neal, Hank (2010). Berenice Abbott. Nova York: Thames & Hudson. ISBN 9780500411001 
  9. «Berenice Abbott - Bio web». Phillips Collection. Consultado em 4 de julho de 2019 
  10. Mac-Orlan, Pierre (1930). Atget: Photographe de Paris. New York: E. Weyhe 
  11. a b c d O'Neal, Hank (2010). Berenice Abbott. New York: Thames & Hudson. ISBN 9780500411001 
  12. a b CHARLES HAGEN, ed. (11 de dezembro de 1991). «Berenice Abbott, 93, Dies; Her Photographs Captured New York in Transition». The New York of Times. Consultado em 4 de julho de 2019 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Berenice Abbott